sábado, 27 de março de 2010

A Estratégia da Produtividade

Adam Smith já considerava a produtividade como principal fator para determinar a riqueza das nações. Adam Smith foi um economista e em seu livro “Riqueza das nações” dizia que os países que teriam sucesso no mundo moderno seriam aqueles que possuíssem altos níveis de produtividade. Nessa mesma Taylor ficou célebre como pioneiro de técnicas e modos para elevar a produtividade das indústrias.

Nas disciplinas Teoria Geral da Administração e Fundamentos de Administração você estudou sobre Frederick Taylor e a Administração Científica. Ele transformou a produção baseada em palpites, na forma mais correta de fabricação, aumentando assim o número de produtos fabricados por operários. As empresas que vencem a concorrência mundial apresentam, normalmente, alta produtividade de mão-obra.

“Produtividade” pode ter vários significados, sendo necessário dividir em, pelo menos, dois:

1º. Produtividade clássica
Consiste em obter maior volume produzido por operário por meio de ações como:

• Analisar operações industriais, evitar desperdícios, simplificar o trabalho, retreinar empregados, revisar ferramentas, melhorar os controles diários da produtividade de cada operação e de cada trabalhador.

• Todas estas técnicas visam a aumentar a quantidade produzida por hora de trabalho e são compatíveis com um organograma bem definido.

• É necessário também especialistas em planejamento do trabalho.

Observe que esse tipo de produtividade é muito semelhante à produtividade proposta por Taylor e demais estudiosos da linha de produção. Normalmente é usada em Indústria que tem processos de produção repetitivos e/ou com poucas mudanças.

Sobre produtividade clássica

• São caras. Envolvem aumento do staff (cargos, departamentos, funcionários...), qualificação dos chefes, complexidade de controles e do organograma.

• Skinner, que foi um estudioso sobre produtividade, estima que não vale a pena fazer programas de Produtividade Clássica onde a folha de pessoal da fábrica seja menos que 15% do custo total dos produtos.

• Uma outra questão a ser pensada razão para questionar é o envolvimento exagerado dos executivos na administração dos programas

Muitas vezes, os executivos de alto escalão, ao se preocuparem demasiadamente com esse tipo de produtividade, deixam de usar seu tempo em Análise de Mercado, forças e fraquezas da empresa, novas linhas de produtos, entre outros fatores importantes do negócio.

Meios e modos para conseguir a produtividade clássica

• Alteração de métodos.
• Treinamento e Incentivos Monetários.
• Seleção Negativa e Pressão Formal.
• Pressão Técnico Social (Just In Time).
• A decisão sobre os modos e meios para conseguir essa produtividade é complexa, pois não há fórmulas e são poucos os números para avaliar essa decisão. Envolve reações humanas, sentimentos, custos, técnicas e informações.

2º. Produtividade estratégica
Visa a conseguir, dos operários, maior eficiência nos aspectos que trazem vantagem competitiva, como:

• Rápida introdução de novas tecnologias.
• Rápido lançamento de um novo produto.
• Rápida preparação de protótipos.
• Rápida mudança do programa de produção quando muda o mix de vendas da empresa.
• Melhoraria do tempo entre o recebimento de materiais e a entrega de produtos acabados.

Características da produtividade estratégica

• É necessário haver, por parte do conjunto de empregados, a mobilização consciente para conseguir vantagens competitivas.

• Para conseguir essa produtividade, deve-se partir do pressuposto de que todos os empregados têm disposição e capacidade de resolver problemas.

• Enquanto a produtividade Clássica visa a um único alvo, que é o baixo custo de produção, a produtividade estratégica visa também a outras vantagens competitivas.

Importância da produtividade de mão-de-obra

• A importância varia de um tipo de empresa para outro, dependendo da intensidade de uso dessa produtividade.

• Refinarias de petróleo e montadoras: gastam muito pouco em mão-de-obra direta, sendo, às vezes, a produtividade clássica desprezível no aumento de lucros.

• Depende da turbulência das empresas: abatedouro: pouca mudança. Mais importante a clássica; computadores: muita mudança. Mais importante a estratégica.

Outros aspectos peculiares das empresas

• Vantagens intangíveis: empresas de papel moeda onde a honestidade é o maior interesse.

• Fábrica de doces: mudou-se o layout e perdeu-se a proximidade com a produção devido à mudança na cozinha.

• Fábrica de cigarros: melhor automatizar, pois é difícil conseguir comprometimento dos empregados. Eles sabem que o produto é nocivo.

A busca incessante por produtos que satisfaçam plenamente o consumidor exigiu, também, um aprimoramento da empresa, com vistas a aumentar a flexibilidade de seu sistema produtivo. A figura 3 apresenta as possíveis estratégias de uma empresa frente às variáveis, à flexibilidade e a produtividade.

Na figura anterior, a região 1 mostra que altas taxas de produtividade podem ser obtidas quando são exigidas poucas etapas de preparação dos processos, o que se consegue quando há um processamento mais repetitivo, com poucas mudanças nos produtos. Esse é o caso da chamada “produção em grande escala”, que se utiliza de equipamentos mais automáticos e padrões bem definidos e já otimizados para as etapas dos processos.

Na região 3 temos uma situação oposta a anterior, em que são exigidos elevados níveis de flexibilidade, e onde, dificilmente, ocorrem repetições padronizadas de atividades.

O resultado disso são produtos diferenciados, porém com um volume de produção menor para um mesmo período de tempo. Nesse caso, o tempo de preparação e a produção para um certo número de produtos é maior, o que acarreta maiores custos por produto.

Esse sistema de produção é mais adequado aos processos manuais de fabricação, apoiados por equipamentos universais e procedimentos de trabalho menos rígidos. Nessa situação estão as empresas de móveis sob medida. Você já pode ter observado a diferença de preços entre os móveis sob medida e os móveis padrão vendidos nas lojas.

Por fim, o equilíbrio desejado entre a flexibilidade e a produtividade, encontrado na região 2, só foi obtido a partir da introdução do computador nos processos produtivos. Pela sua capacidade de promover rápidas mudanças em seus resultados, os computadores se adaptam bem em situações onde se exige um número razoável de mudanças em produtos/ serviços. Assim, por meio de sistemas automatizados, foi possível equilibrar a diversificação de produtos e um custo menor. Cabe salientar que esse tipo de estratégia deve ser apoiado por outras técnicas, como projetos modulares, intercambialidade de partes etc.

A compreensão detalhada das necessidades e desejos dos consumidores é um importante subsídio para o planejamento e as estratégias de produtos.

Embora os desejos dos consumidores sejam quase ilimitados, seus recursos são limitados. Isso obriga, na escolha de produtos com maior valor, à satisfação pelo dinheiro gasto.

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